No Hate Speech

A Associação PAR – Respostas Sociais organizou o workshop How to deal with Hate Speech online without breaking your computer nos dias 11, 12 e 13 de janeiro, na Casa do Oeste, em Ribamar, concelho da Lourinhã. A iniciativa foi desenvolvida no âmbito do projeto Young People Combating Hate Speech Online, da responsabilidade do setor da juventude do Conselho Europeu.
Durante os três dias, os 15 participantes debateram os discursos de incitamento ao ódio, a sua definição e quais as respostas mais eficazes para o combater. Além disso, desenvolveram materiais de divulgação que, no futuro, poderão ser utilizados em campanhas de sensibilização sobre o assunto.
O workshop contou também com a presença de dois oradores: Gonçalo Brito, jornalista e formador no Centro Protocolar de Jornalismo (CenJor), em Lisboa, e José Bernardino, jurista e membro da direção da Amnistia Internacional. O primeiro começou por dar a definição de discurso de incitamento ao ódio estabelecida pelo Conselho da Europa: “discurso de ódio deve ser entendido como abrangendo todas as formas de expressão que espalham, incitam, promovem ou justificam o ódio racial, xenofobia, antissemitismo, ou outras formas de ódio baseados na intolerância, incluindo: a intolerância manifesta por nacionalismo agressivo e etnocentrismo, discriminação e hostilidade contra minorias, migrantes e pessoas de origem imigrante”. Depois, falou sobre os discursos de incitamento ao ódio à luz da sua experiência profissional e de como o humor e a ponderação podem ser armas eficazes para lidar com esse tipo de situações. “Aconteça o que acontecer, não alimentem os trolls”, aconselhou, no final da sua intervenção, fazendo uma alusão aos utilizadores da internet que têm o hábito de produzir discursos ofensivos e discriminatórios no sentido de captarem a atenção de terceiros e que, por esse motivo, ganharam a alcunha de “trolls”.
José Bernardino, por sua vez, começou por fazer “uma visita guiada à Constituição Portuguesa” para falar sobre a liberdade de expressão e os seus limites, os quais nem sempre são fáceis de definir. A sua intervenção suscitou bastantes questões sobre as fronteiras legais que delimitam a liberdade de expressão da difamação, do insulto e dos discursos de ódio.
No final, todos os participantes ficaram com vontade de prolongar o debate para além do workshop e de finalizarem os materiais de combate e sensibilização aos discursos de incitamento ao ódio online que começaram a desenvolver na Casa do Oeste. Portanto, a partilha de opiniões e a troca de conhecimentos seguem dentro de momentos.